ATA DA
TRIGÉSIMA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA QUINTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA
LEGISLATURA, EM 02.12.1987.
Aos dois dias do mês de dezembro do ano de mil novecentos e oitenta e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Trigésima Sessão Extraordinária da Quinta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura. Às dezessete horas e cinqüenta e três minutos foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Auro Campani, Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Ennio Terra, Flávio Coulon, Frederico Barbosa, Getúlio Brizolla, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Mano José, Nilton Comin, Pedro Ruas, Rafael Santos, Raul Casa, Teresinha Irigaray e Werner Becker. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos. A seguir, foi aprovado Requerimento oral do Ver. Raul Casa, solicitando a inversão dos trabalhos da presente Sessão. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 2ª Sessão, Projetos de Lei do Legislativo n°s 113; 114; 115; 112; 118; 119; 121/87; Projetos de Lei Complementar do Executivo n°s 12; 09; 10; 11; 13/87; Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 15/87; Substitutivo do Ver. Paulo Sant'Ana, ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 15/87; Substitutivo do Verª. Teresinha Irigaray ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 15/87; Projeto de Lei do Executivo n° 104/87; em 4ª Sessão, Projeto de Resolução n° 52/87; em 5ª Sessão, Projeto de Resolução n° 50/87. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação foram aprovados o Projeto de Lei do Executivo n° 77/87, com Declaração de Voto dos Vereadores Artur Zanella, Jussara Cony, Caio Lustosa, Flávio Coulon, Aranha Filho, Werner Becker, Lauro Hagemann e Raul Casa, após ter sido discutido pelo Ver. Lauro Hagemann; Projeto de Lei do Executivo n° 80/87, com Declaração de Voto dos Vereadores Artur Zanella, Jussara Cony e Caio Lustosa; Projetos de Lei do Legislativo n°s 102; 103; 64; 104; 106; 110/87; Projeto de Lei do Executivo n° 95/87. Em Discussão Geral e Votação esteve o Pedido de Autorização n° 07/87 que, a Requerimento, aprovado, do Ver. Pedro Ruas, teve adiada sua discussão e votação por uma Sessão, após ter sido discutido pelos Vereadores Artur Zanella, Caio Lustosa, Flávio Coulon e Clóvis Brum. Ainda, foram aprovados os seguintes Requerimentos, solicitando dispensas de distribuições em avulsos e interstícios para suas Redações Finais, considerando-as aprovadas nesta data: do Ver. Aranha Filho, em relação ao Projeto de Lei do Legislativo n° 64/87; do Ver. Cleom Guatimozim, em relação aos Projetos de Lei do Executivo n°s 77; 80; 95/87; do Ver. Mano José, em relação ao Projeto de Lei do Legislativo n° 103/87; do Ver. Nilton Comin, em relação ao Projeto de Lei do Legislativo n° 106/87; do Ver. Raul Casa,em relação aos Projetos de Lei do Legislativo n°s 104; 110/87. Durante os trabalhos, o Sr. Presidente respondeu Questões de Ordem do Ver. Caio Lustosa, acerca da inclusão, na Pauta, de Projeto relativo ao Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano; dos Vereadores Artur Zanella e Hermes Dutra, acerca do Projeto de Lei do Legislativo n° 102/87. Ainda, foi acolhido Requerimento oral do Ver. Aranha Filho, solicitando a dispensa do uso de gravata por Vereadores e funcionários da Casa. Nada mais havendo a tratar, Sr. Presidente levantou os trabalhos às dezenove horas e trinta minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Brochado da Rocha, Gladis Mantelli, Frederico Barbosa e Raul Casa, o último nos termos do art. 11, § 3° do Regimento Interno, e secretariados pelos Vereadores Gladis Mantelli e Frederico Barbosa. Do que eu, Gladis Mantelli, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.
O SR. RAUL CASA: Para um Requerimento, Sr.
Presidente. Solicito a inversão na ordem dos trabalhos, para maior fluência do
desempenho da Sessão.
O SR. PRESIDENTE (Brochado
da Rocha):
Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Solicito ao Sr. 2º Secretário que faça a apregoação da Pauta.
O SR. 2º SECRETÁRIO: (Lê.)
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
2ª SESSÃO
PROC. 2579 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
113/87, da MESA, que inclui a classe dos assistentes legislativos na disposição do
artigo 47 da Lei nº 5811, de 08 de dezembro de 1986, e dá outras providências.
PROC. 2580 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
114/87, da MESA, que cria cargos de Assistente Legislativo III no Quadro dos Cargos
Efetivos da Câmara Municipal de Porto Alegre.
PROC. 2615 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
115/87, da MESA, que acrescenta dispositivo às especificações de classes constantes da
Lei nº 5811, de 08 de dezembro de 1986.
PROC. 2676 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
EXECUTIVO Nº 12/87, que dá nova redação ao artigo 69 da Lei Complementar nº 07, de 07 de
dezembro de 1973.
PROC. 2540 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
112/87, da Ver.ª Jussara Cony, que estabelece normas para a instalação,
funcionamento e fiscalização de feiras de artesanato e eventos ligados à
exposição, venda e aquisição de produtos artesanais.
PROC. 2633 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
118/87, da MESA, que altera a Lei Municipal nº 5.931, de 09 de julho de 1987, que cria
cargos e função na Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências.
PROC. 2634 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
119/87, da MESA, que extingue funções de Assessor Parlamentar, cria cargos em comissão
de Assessor Parlamentar de Bancada e dá outras providências.
PROC. 2671 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
121/87, do
Ver. Jaques Machado, que denomina Rua Pedro Raupp um
logradouro público.
PROC. 2673 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
EXECUTIVO Nº 09/87, que altera os artigos 70, 72, 73 e 75 da Lei Complementar nº 07, de 07
de dezembro de 1973.
PROC. 2674 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
EXECUTIVO Nº 10/87, que altera o inciso I, do artigo 56 da Lei Complementar nº 07 de 07 de
dezembro de 1973 e inclui os parágrafos 1º a 5º do mesmo artigo.
PROC. 2675 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
EXECUTIVO Nº 11/87, que dá nova redação ao artigo 82 da Lei Complementar nº 07 de 07 de
dezembro de 1973.
PROC. 2677 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
EXECUTIVO Nº 13/87, que estabelece limites de reajustamento e institui isenção do Imposto Predial
e Territorial Urbano.
PROC. 2551 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO Nº 15/87, do Ver. Jorge Goularte, que
regula o horário de abertura e fechamento em geral do comércio na cidade de
Porto Alegre.
PROC. 2551 - SUBSTITUTIVO, do Ver. Paulo Sant’Ana, ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO Nº 15/87, do Vereador Jorge Goularte, que regula o horário de abertura e fechamento em geral do comércio
na cidade de Porto Alegre.
PROC. 2551 - SUBSTITUTIVO, da Ver.ª Teresinha Irigaray, ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO Nº 15/87, do Vereador Jorge Goularte, que regula o horário de abertura e fechamento em geral do comércio
na cidade de Porto Alegre.
PROC. 2694 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 104/87, que autoriza a abertura de
créditos suplementares no valor de Cz$ 330.792.000,00 e dá outras providências.
4ª SESSÃO
PROC. 2610 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 52/87, do Ver. Aranha Filho, que
altera a Resolução nº 785, de 05 de outubro de 1983, que aprova o Regimento
Interno da Câmara Municipal de Porto Alegre.
5ª SESSÃO
PROC. 2552 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 50/87, do Ver. Frederico Barbosa, que insere, no Regimento Interno da
Câmara Municipal de Porto Alegre, a Seção “Dos Títulos Honoríficos”.
A SRA. PRESIDENTE (Gladis
Mantelli): Não
há Vereadores inscrito em Pauta. Passamos a seguir para a
ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 2232 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 77/87, que concede contribuição à
Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA) e dá outras providências.
Pareceres:
- da CJR. Rel., Ver. Caio Lustosa: pela
tramitação;
- da CFO. Rel.ª, Ver.ª Teresinha Irigaray:
pela aprovação; e
- da CEC. Rel., Ver. Clóvis Brum: pela
aprovação.
A SRA. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 77/87.
(Pausa.) Para discutir, o Ver. Lauro Hagemann tem a palavra.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr.ª Presidente e Srs.
Vereadores. A contribuição que o Município oferece à Orquestra Sinfônica de
Porto Alegre no elenco das contribuições orçamentárias é de um ridículo atroz.
Quinze mil cruzados no exercício de 1988 para promover, em retribuição, um
mínimo de 25 concertos dedicados à juventude escolar da Cidade, ou quinze
consertos populares, todos gratuitos.
O Sr. Artur Zanella: V. Ex.ª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Esses dias eu havia tratado desse assunto e para não
citar outras como o Satélite Prontidão que, por sinal, é uma bela entidade
carnavalesca, parece que tem um milhão e pouco, a Floresta Aurora é um milhão e
oitocentos. Eu acho que o da OSPA, sinceramente, acho melhor não dar. Três mil
cruzados para UVERGS, é melhor não dar. Mas, vota-se contra fica aquela imagem
que nós somos contra a Orquestra Sinfônica, mas tem dó, eu não dou isto para um
estudante da PUC.
O SR. LAURO HAGEMANN: Recolho o aparte do Ver.
Artur Zanella como contribuição a minha posição.
O Sr. Ennio Terra: V. Ex.ª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Simplesmente para esclarecer ao Ver. Artur Zanella
que a Sociedade Satélite Prontidão não é carnavalesca.
O Sr. Artur Zanella: Eu disse que quando eu era
jovem eu ia muito aos carnavais da Sociedade Satélite Prontidão, eu ia aos
bailes de carnaval na Rua Vicente da Fontoura e St.ª Cecília se não me engano e
hoje está na Aparício Borges. Fui a diversos carnavais.
O SR. LAURO HAGEMANN: Eu faço eco às belas
palavras do Ver. Artur Zanella dizendo que auxílio de tal monta para um dos
orgulhos da cidade como um dos seus maiores expoentes culturais, é difícil uma
posição honesta na aprovação deste Projeto, porque, francamente, 15 mil
cruzados para a OSPA realizar em contrapartida 25 concertos durante o ano é uma
quantia que chega ser acintosa, para dizer o mínimo. Eu se fosse o Diretor da
Fundação Orquestra Sinfônica de Porto Alegre agradeceria, penhoradamente, o
auxílio e destinaria esses 15 mil cruzados para uma instituição benemerente,
Santa Casa, seja lá quem fosse. Mas, lamentavelmente, isto é um dos
descritérios do Executivo com relação às contribuições que devem oferecer as
entidades culturais, artísticas e educacionais literárias da cidade.
O Sr. Caio Lustosa: V. Ex.ª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Vereador, ouso daqui sugerir a Liderança do PDT entre
com uma Emenda de Líder, fazendo com que esses 15 mil cruzados revertam para a
Banda Municipal comprar, de segunda mão, no Belchior de preferência, um
trombone usado, de segunda ou terceira mão. Naturalmente sem querer ofender a
Banda Municipal.
O SR. LAURO HAGEMANN: A proposta do nobre Ver.
Caio Lustosa naturalmente obedece a um impulso que é o que mais ou menos move a
todos nós nesta Casa. Não se trata naturalmente de chegar a este extremo, mas a
contribuição que se oferece a OSPA para o ano de 1988 é ridícula. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLE nº 77/87 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Peço ao Sr. Secretário que proceda à leitura da declaração de voto
encaminhada à Mesa.
O SR. 2º SECRETÁRIO: (Lê.)
“Declaração de Voto
Votamos contra pelo valor ridículo de 15 mil cruzados, para execução de
25 concertos grátis.
(aa) Artur Zanella, Jussara Cony, Caio Lustosa, Flávio Coulon, Aranha Filho, Werner Becker, Lauro Hagemann e Raul Casa.”
A SRA. PRESIDENTE: Sobre a mesa, Requerimento
de autoria do Ver. Cleom Guatimozim, solicitando dispensa de distribuição em
avulsos e interstício para sua Redação Final do PLE 77/87, considerando-a
aprovada nesta data.
Em votação o Requerimento. (Pausa.) os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 2235 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 80/87, que concede contribuição ao
Clube de Cultura de Porto Alegre, e dá outras providências.
- da CJR. Rel., Ver. Cleom Guatimozim: pela
aprovação;
- da CFO. Rel.ª, Ver.ª Teresinha Irigaray:
pela aprovação; e
- da CEC. Rel., Ver. Clóvis Brum: pela
aprovação.
A SRA. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 80/87.
Para discutir, com a palavra o Ver. Lauro Hagemann.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr.ª Presidente e Srs.
Vereadores. O Ver. Werner Becker me pede que fale também em seu nome sobre os 7
mil cruzados destinados ao Clube de Cultura. O Clube de Cultura é uma
tradicional instituição, localizada na rua Ramiro Barcellos que tem prestado
inestimáveis serviços a esta cidade. Fundado por um grupo de emigrantes judeus,
entre os quais, o veteraníssimo, já morto em um acidente, Henrique Scliar, pai
de Ester Scliar, tio do Moacyr Scliar, pai do pintor Carlos Scliar e de outros
judeus ilustres desta cidade e que não merecem esta desconsideração. Sete mil
cruzados para custear manutenção do Clube de Cultura, que está ali, mantido
pela comunidade porto-alegrense, especialmente a colônia judaica, chega a ser
acintoso.
O Sr. Werner Becker: V. Ex.ª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Quero endossar a revolta de V. Ex.ª E digo mais, não
é um gesto gratuito. Quero dizer ao Clube de Cultura que nós Vereadores temos
mais que sete mil cruzados e o Prefeito está dispensado desse desaforo. Foi
discriminatório contra o Clube de Cultura, já que para outras entidades ele foi
extremamente pródigo. Faço um apelo ao Clube de Cultura, não deve aceitar esse
desaforo.
O SR. LAURO HAGEMANN: Ver. Werner Becker, assim
como o Ver. Caio Lustosa no outro projeto, manifestam seu impulso numa tarde
calorenta como esta e que é fruto de uma disposição natural que se configura
contra isto que se pode qualificar de descritério em relação aos auxílios
municipais.
O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Quero dizer a V. Ex.ª que realmente acho que esses
valores na faixa do inexpressivo, e realmente concordo com V. Ex.ª e,
sobretudo, o Clube de Cultura que tem uma larga tradição de serviços prestados
à comunidade cultural da nossa cidade, é um dos espaços culturais sempre à
disposição da comunidade porto-alegrense. E quero lhe fazer até um registro
para que conste nos Anais que a primeira reunião do PDT, lá no Bairro Bom Fim,
foi feita nas dependências do Clube de Cultura, com a generosidade daquelas
pessoas que tão gentilmente nos cederam o local para que ali fizéssemos uma
reunião. Estou com V. Ex.ª, acho que é um problema de natureza burocrática,
pois o Município deve ter a agilidade necessária de entendimento com estas
entidades para ver as reais necessidades. Eu tenho certeza, e peço o apoio de
V. Ex.ª que também tem excelentes ligações com a Diretoria do Clube de Cultura,
para que, no próximo orçamento, seja destinado a estas entidades verbas a
exemplo de outras entidades que estão recebendo, que se mobilizaram. Nós
devemos ir a eles, porque o papel que eles desempenham, na cidade de Porto
Alegre, merecem o apoio da cidade de Porto Alegre.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sou grato ao aparte do Ver.
Isaac Ainhorn que conhece muito bem a situação do Clube de Cultura, os apuros
que o Clube de Cultura passa para manter aquele teatro, todo aquele equipamento
que é fruto do recolhimento das contribuições da comunidade.
O Sr. Artur Zanella: V. Ex.ª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu quero dizer, até, que a justa revolta não deve ser
proporcional a que deve ter o Presidente da União dos Vereadores do RGS que terá
que vir de Livramento para receber três mil. E se o Padre Vale fosse vivo,
tenho certeza que também não viria aqui para receber para a Universidade do
Trabalho três mil.
O SR. LAURO HAGEMANN: São contribuições como esta
que ajudam a relevar o pronunciamento que se está fazendo aqui.
A Sr.ª Jussara Cony: V. Ex.ª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Quero referendar o pronunciamento de V. Ex.ª, tanto
no que tange à OSPA quanto ao Clube de Cultura e lembrar que talvez - e era bom
que a Bancada do PDT ouvisse - no processo em formação, orientado por uma
figura que temos o maior respeito, que é o Prof. Felizardo, hoje Diretor da
Divisão de Cultura desta Cidade, da Secretaria de Cultura sobre a orientação de
uma pessoa em que confiamos, pela sua dedicação, pelo seu trabalho em relação a
cultura e a história da nossa Cidade, do nosso Estado, possivelmente, talvez,
ao contrário do Sr. Prefeito, haja uma nova visão, realmente, de que é
necessário destinar à cultura da nossa Cidade, resgatando, inclusive, todos
esses aspectos que V. Ex.ª levantou, e outros Vereadores que nos antecederam.
O SR. LAURO HAGEMANN: V. Ex.ª lembra bem que está
em andamento nesta Casa um Projeto criando a Secretaria de Cultura. Talvez seja
a hora de nós revermos todo esse problema da Cidade. Quero concluir dizendo eu
até nem atribuo ao Sr. Prefeito Municipal esses descritérios. Isso me parece
mais fruto de uma rotina burocrática que não consegue se alterar na Prefeitura.
O Sr. Pedro Ruas: V. Ex.ª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu acho que V. Ex.ª tem toda razão. E lamento,
inclusive, a falha e a omissão dos Vereadores desta Casa quando este Projeto
esteve em Pauta, e podia ser mandada uma Mensagem Retificativa, caso fosse
solicitado por algum Vereador, ao Executivo. De qualquer forma parece que há um
equívoco desse valor, e voto conforme V. Ex.ª vai votar. Lamento, deixo bem
frisada e registrada, a omissão dos Vereadores da Casa, no sentido de tentarem
uma Mensagem Retificativa nesse sentido. Eu voto com V. Ex.ª e acho que todos
vão votar com V. Ex.ª, e acho que nem os sete mil vão ser dados nesse caso.
O SR. LAURO HAGEMANN: Lamentavelmente, as nossas
vozes não têm sido ouvidas.
O Sr. Hermes Dutra: V. Ex.ª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) É que talvez a voz de V. Ex.ª, que tem uma voz muito
bonita e sonora, fosse ouvida, porque este Vereador foi à tribuna, enquanto
estava em Pauta, falou nesse assunto, comentou sobre a micharia dos auxílios,
e, lamentavelmente, me parece que nem o meu querido amigo Ver. Pedro Ruas
ouviu. Como eu falei baixo, Vereador.
O SR. LAURO HAGEMANN: Pois é, lamentavelmente as
nossas vozes são muito pequenas.
O Sr. Isaac Ainhorn: Queria que fosse tão
diligente quanto foi para outras Mensagens Retificativas.
O SR. LAURO HAGEMANN: Nobres Vereadores, agora não
é hora de lançamento de farpas. Estou comentando o descritério do Executivo, ao
dar essas contribuições a entidades que mereceriam muito mais. É pena que as
nossas vozes não sejam ouvidas, e me parece que não é a primeira vez que eu
venho a esta tribuna, por ocasião da distribuição desses auxílios, para
reclamar das simbólicas contribuições que são dadas a estas entidades.
O Sr. Cleom Guatimozim: V. Ex.ª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) O Vice-Líder da Bancada, Vereador Pedro Ruas, falou
sobre a Bancada. Nós votaremos conforme V. Ex.ª votar. Agora, eu queria
registrar que o Plano de Prêmios, Auxílios e Subvenções da Prefeitura Municipal
recebe pedidos de auxílios até o mês de junho de cada ano. Aquele que se dirige
ao Prefeito, pedindo auxílio, recebe mais. Aquele que não se dirige, pode
receber uma soma simbólica que não dá para pagar o contador, que deve assinar a
prestação de contas. V. Ex.ª tem razão e nós vamos votar tendo V. Ex.ª como
guia.
O SR. LAURO HAGEMANN: É muita responsabilidade
para um Vereador que, modestamente, se levanta, reclamando contra a exigüidade
destes recursos. V. Ex.ª tem razão, as entidades, às vezes, se omitem, não
cuidam os prazos, muitas vezes até por não conhecerem a legislação municipal e
os prazos que são abertos para a solicitação destes recursos. Eu acho que nós
devemos iniciar uma ação conjunta nesta Casa, para esclarecer as entidades e
até para fazer chegar ao Executivo as reais necessidades das entidades que,
anualmente, são contempladas aqui. Eu não me atreveria a pedir que recusassem
este auxílio, porque, embora modesto, ele pode servir para alguma coisa e não
seria com o meu voto que eu pautaria a atitude desta Casa, recusando este valor
ao Clube de Cultura. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLE nº 80/87 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO, contra
os votos dos Vereadores Ennio Terra, Jussara Cony, Caio Lustosa.
Solicito ao 2º Secretário que leia a declaração de voto.
O SR. 2º SECRETÁRIO: (Lê.)
“Declaração de Voto
Voto contra, tendo em vista que o auxílio é deficitário, pois custa
mais preparar os documentos que o valor total doado.
(aa) Artur Zanella, Jussara Cony e Caio Lustosa.”
A SRA. PRESIDENTE: Sobre a mesa, Requerimento
de autoria do Ver. Cleom Guatimozim, solicitando dispensa de distribuição em
avulsos e interstício para sua Redação Final do PLE 80/87, considerando-a
aprovada nesta data.
Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos ao próximo Projeto.
PROC. 2302 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
102/87, do
Ver. Mano José que denomina Rua Jardim Cristofel um logradouro público.
- da CJR. Rel., Ver. Cleom Guatimozim: pela
aprovação; e
- da CUTHAB. Rel., Ver. Isaac Ainhorn: pela
aprovação.
O SR. PRESIDENTE (Frederico
Barbosa):
Em discussão o PLL nº 102/87. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão
de Ordem): É
do Jardim Cristófel o projeto que acabamos de votar; diz que as placas
denominativas conterão, abaixo dos nomes, os seguintes dizeres: antigo
moderador, me perdoem, mas tenho a impressão de que Jardim Cristófel, não era
morador, não sei se é. Eu só queria conferir isso aí.
O SR. HERMES DUTRA (Questão
de Ordem): Isto
é uma matéria vencida. Achoque a Mesa tem de tratar de votar o próximo Projeto.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão
de Ordem): Só
quero evitar é que se tiver havido algum equívoco, esta Casa não seja
ridicularizada.
PROC. 2303 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
103/87, do
Ver. Mano José, que denomina Rua Ludwig Jacob Hubler um logradouro público.
- da CJR. Rel., Ver. Kenny Braga: pela
aprovação; e
- da CUTHAB. Rel., Ver. Frederico Barbosa:
pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL nº 103/87 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Mano José, solicitando
dispensa de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final do PLL
nº 103/87, considerando-a aprovada nesta data.
Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(Obs.: o
texto da Redação Final é o mesmo do PLL nº 103/87, já publicando nesta Sessão.)
PROC. 2324 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 64/87,
do Ver.
Aranha Filho, que denomina Rua Pedro Aurélio Barth um logradouro público.
- da CJR. Rel., Ver. Flávio Coulon: pela
aprovação; e
- da CUTHAB. Rel., Ver. Paulo Sant’Ana: pela
aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL 104/87 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Raul Casa, solicitando
dispensa de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final do PLL
nº 104/87, considerando-a aprovada nesta data.
Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 2332 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 95/87, que denomina Praça Márcia
Heinz um logradouro público.
- da CJR. Rel., Ver. Flávio Coulon: pela
aprovação; e
- da CUTHAB. Rel., Ver. Isaac Ainhorn: pela
aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLE nº 95/87 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Cleom Guatimozim, solicitando dispensa de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final do PLE nº 95/87, considerando-a aprovada nesta data.
Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 2387 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
106/87, do
Ver. Nilton Comin, que denomina Rua
Dr. Paulo Smania um logradouro público.
- da CJR. Relator, Vereador Cleom Guatimozim: pela aprovação; e
- da CUTHAB. Rel., Ver. Isaac Ainhorn: pela
aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL nº 106/87 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Nilton Comin, solicitando
dispensa de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final do PLL
nº 106/87, considerando-a aprovada nesta data.
Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 2413 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
110/87, do
Ver. Raul Casa, que denomina Rua
Luiz Feula um logradouro público.
- da CJR. Rel., Ver. Ignácio Neis: pela
aprovação; e
- da CUTHAB. Rel., Ver. Frederico Barbosa:
pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL nº 110/87 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Raul Casa, solicitando
dispensa de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final do PLL
nº 110/87, considerando-a aprovada nesta data.
Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 2263 - PEDIDO DE AUTORIZAÇÃO Nº 07/87, para Convênio que entre si
fazem a União, por intermédio do Ministério do Desenvolvimento Urbano e Meio
Ambiente, a Empresa Brasileira dos Transportes Urbanos, o Estado do Rio Grande
do Sul e os Municípios de Porto Alegre, Cachoeirinha, Canoas, Campo Bom,
Estância Velha e Sapiranga, tendo como intervenientes a Secretaria de Estado do
Interior, Desenvolvimento Regional e Urbano e Obras Públicas, da Fundação
Metropolitana de Planejamento e da Secretaria Municipal dos Transportes,
visando à execução de Projetos, obras e/ou Serviços e Aquisição de Equipamentos
e/ou Materiais Permanentes.
- da CJR. Rel., Ver. Flávio Coulon: pela
aprovação;
- da CUTHAB. Rel. Ver. Isaac Ainhorn: pela
aprovação; e
- da CFO. Rel., Ver. Raul Casa: pela
aprovação.
A SRA. PRESIDENTE (Gladis
Mantelli):
Em discussão o Pedido de Autorização nº 07/87. Para discutir, tem a palavra o
Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr.ª Presidente e Srs.
Vereadores. Sou favorável ao Convênio ainda mais que durante um ano inteiro
este Convênio foi organizado pela Metroplan, então gerida por um funcionário da
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, Arqº Oscar Trindade e naquela época como
Secretário do Planejamento o Ver. Brochado da Rocha, em primeiro lugar Marcos
Ledermann e depois Ver. Elói Guimarães.
Eu só queria colocar uma questão porque em primeiro lugar é citado
muito que o Governo do Estado participou, etc e tal, quer dizer que estes
recursos são da EBTU, da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, na sua maior
parte e nas obras de acordo com o quadro que aqui está, não tem nenhum centavo
do Governo do Estado. Segundo lugar e mais importante - não quero atrapalhar
ninguém, mas como depois eu vou usar este meu discurso, gostaria, por favor,
que os Vereadores escutassem, e os que não escutassem não digam depois que não
o escutaram. São vias alimentadoras, de corredores de transporte, com estações
de transbordo, isto é, é uma estação de transporte que vem um ônibus dessas
alimentadoras, e depois pegam outro ônibus. Então, este sistema, é exatamente
igual ao sistema de alameda, do Beco do Carvalho. Então, vamos ser bem claros. As
pessoas que aprovarem isto aqui, e eu vou aprovar, depois não cheguem nas vilas
e digam lá que são contra as estações de transbordo, porque quando o Sr.
Villela, as pessoas aprovaram, Prefeitura pegou em dinheiro, e depois todos
diziam nas vilas que eram contra o sistema. Isto aqui foi montada pela
METROPLAN; pela Secretaria do Planejamento do Município, pela SMOV e pela
Secretaria dos Transportes. E vai ser aprovado por nós. Eu vou aprovar. Agora,
os que aprovarem não digam nas vilas, depois que são contra as estações.
Vou acabar dizendo que é um Projeto plurianual, as primeiras obras são
estas, as outras obras eram de outros anos.
O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Vereador, com todo o respeito às considerações que faz
V. Ex.ª neste momento, eu entendo e examinei com um certo rigor, talvez não
tendo a vivência que V. Ex.ª tem na Casa, mas os recursos serão aplicados em
obras de melhoramentos viários, inclusive com pavimentação de ruas e avenidas.
Inclusive, sobretudo, com a melhoria dos corredores de ônibus; os corredores
estão aí, são uma realidade que não se pode retirar, infelizmente. Eu até
pessoalmente penso que isso aí deveria acabar, mas estão aí, sempre fui contra
e é do governo de V. Ex.ª Agora, acho Vereador, que precisam desses recursos
exatamente para aplicar na melhoria dos corredores. É positivo esse dinheiro.
O SR. ARTUR ZANELLA: Só para dizer a V. Ex.ª eu
votarei a favor. V. Ex.ª tem razão no primeiro momento, não tem no segundo.
Isto aqui não melhora nenhum dos corredores atuais. Não melhora o da Prot.
Alves porque a parte que não é pavimentada é a rua Dr. Timóteo, que por sinal
as obras já foram até feitas; a Felix da Cunha que igualmente já foram feitas;
a Francisco Bittencourt, Francisco Trein e Bernardino Silveira Pastorisa não
são corredores. Não tem nenhum corredor aqui. Isto aqui é preparação para os
futuros corredores. As estações de transbordo inclusive vou lhe dar o endereço:
uma delas fica ali na Salvador França, fica outra na Protásio Alves, fica outra
no Triângulo da Assis Brasil e tem uma que até hoje não conseguiram me
explicar, é na esquina da Silva Só com a Protásio Alves. Não sei até se já não
foi extinta ou eliminada. Mas que tinha, tinha. Em cima daqueles edifícios ali,
tinha um projeto. Inclusive a área da Salvador França já foi até cedida para o
Município por meio de um documento; então isso aqui é a preparação para as
estações de transbordo. Vou votar favorável. Sou favorável ao sistema de
integração que existe em países civilizados. Ou se ele não está funcionando
bem, vamos consertá-lo. Agora eu não tenho duas palavras, eu digo aqui que eu
voto favorável. Só peço aos que também votarem favorável depois não digam que
são contra os transbordos e os corredores de transportes.
O Sr. Aranha Filho: V. Ex.ª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) V. Ex.ª diz Silva Só com a Protásio Alves?
O SR. ARTUR ZANELLA: Silva Só, Protásio Alves,
esquina com a Mariante. Ali perto do Restaurante chinês, há previsão de
demolição do edifício, tem previsão, ali, de trinta e tantas estações de
transbordo. (Aparte inaudível). Não, não é do meu tempo, eu já sabia porque li
o Projeto e aquela eu não conseguia achar explicação para ela. Também tem na
Otto Niemeyer uma estação de transbordo, para o pessoal que vem da Restinga.
Então, quero deixar claro, vou votar favorável e, vejam bem, quando se fala em
via alimentadora, é a que leva até as estações de transbordo. Então, feito este
encaminhamento favorável ao Projeto, peço que votem também a favor, lembrando
sempre que é corredor de transportes e também pediria ao Dr. Wilson Araújo que
nas suas publicações não diga que é uma obra só do Município, que vai ser a
grande obra do governo assim e assado, mas que também tem participação da EBTU,
por sinal, do PMDB, majoritária. Os recursos majoritários vêm da EBTU, sendo
que a EBTU-BIRD entra com 7 milhões, trezentos e sessenta cruzados e o
Município com 4 milhões, cento e quarenta cruzados. E os representantes do PMDB
estadual que, por favor, também não digam, como disseram na assinatura do
contrato, que isso já era, a atuação do Dr. Pedro Simon. Não é. Esse programa
foi aprovado e encaminhado no governo anterior do Sr. Jair de Oliveira Soares,
foi acertado tudo com o Sr. Telmo Magadan anteriormente e, evidentemente não
podia, em 10 meses de governo, o Sr. Pedro Simon fazer o projeto.
O Sr. Aranha Filho: V. Ex.ª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Vereador, esta história de convênios precisa
ser muito bem esclarecida. Convênio com três partes, o governo da União
participa com tanto, o governo do Estado participa com outro tanto e o governo
do Município com outro tanto. Eu só gostaria de chamar a atenção de V. Ex.ª que
as obras ali na Bacia do Passo d’Areia, no Arrio d’Areia, estão iniciando com
verbas do DNOS e o Estado e o Município não botaram nada ali, ainda, nobre
Vereador.
O SR. ARTUR ZANELLA: Então, vamos deixar bem
claro que este quadro que aparece aqui que o Governo do Estado entrando com 7
milhões 110 mil cruzados ele é para corredores da Região Metropolitana lá em
Canoas e não em Porto Alegre.
O Sr. Auro Campani: V. Ex.ª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu gostaria de responder ao Ver. Aranha Filho que
afirmação que ele fez que o Executivo Municipal não está colocando nada no
Passo da Areia não é verdade.
O Sr. Aranha Filho: V. Ex.ª prove se botou um
pila ali.
O Sr. Auro Campani: Vem botando desde o início
da administração, inclusive todo aquele trabalho de desobstrução de bocas de
lobo, limpeza do canal foram feitos com as verbas do Município.
(Apartes paralelos.)
O SR. ARTUR ZANELLA: Encerrando, Sr.ª Presidente.
Vejam como as coisas efetivamente são difíceis. O Ver. Auro Campani está, certo
a Prefeitura colocando recursos na manutenção etc. O Ver. Aranha também está
certo, a Prefeitura não colocou no investimento. Ambos estão certos, só não sei
quem está errado nisso tudo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Próximo orador inscrito para
discutir, Ver. Caio Lustosa.
O SR. CAIO LUSTOSA: Sr.ª Presidente e Srs.
Vereadores. Bem diz com sua experiência bastante longeva o Dr. Ulysses
Guimarães que é mais fácil matar um monstro do que retirar o cadáver de cena.
Pois este convênio BIRD-4, reincidência específica, portanto, é o 4º Convênio
que a EBTU, Governo do Estado e Município de Porto Alegre assinam e vem a esta
Casa. E aqui eu louvo as colocações do Ver. Artur Zanella clarificando bem para
todos, para esta Casa quando votar e quando comparecer cada um de nós lá nas
vilas para explicar ao leitor como é que se vota um convênio como este, sempre
sob a evasiva de “a fundo perdido” e nós sabemos que esses “a fundo perdido”
estão lá com as suas raízes na dívida externa impagável. É preciso, então, que
cada um de nós tenha consciência para explicar aos vileiros - e eu lembro
daquela comunidade que eu freqüento bem - como e porquê e para que se está
aprovando a libertação desses 29 ou 30 milhões de cruzados. Para aplicar na
insistência, na persistência de uma solução tecnocrática bolada e que pode
servir muito bem aos países desenvolvidos e ao sistema de transporte daqueles
países civilizados, mas que se revelou na prática uma farsa: corredores da
morte, cujas estatísticas jamais chegam na Câmara, morticínios diários,
invalidezes permanentes que não constam das planilhas do EBTU. É um fim de
tarde muito triste que começou com este leilão imobiliário e que prossegue aqui
com mais este capítulo de um governo que foi buscar o apoio das vilas, mas que
não ouve as vilas. Pois alguém foi consultado? Alguma entidade comunitária foi
consultada se quer mais estações de transportes? Se querem mais
aperfeiçoamento, maquilagem, “make-up” dos corredores de ônibus? Não. Nós
tivemos o cuidado, o Ver. Flávio Coulon fez vir aqui o nosso ex-companheiro de
Câmara Ver. André Forster com a sua equipe da METROPLAN. Explicaram,
explicaram, mas não convenceram, porque remanesce a mesma filosofia de
transporte que, na prática, se revelou um horror para os grandes centros
metropolitanos do País. Trinta milhões de cruzados do Município, vai tirar, porque
não é só essa verba de fundo perdido que o convênio contempla, é mais 20/30
milhões do próprio Município. Triste paradoxo. Enquanto isto, vamos à Vila
Pinto: esta Casa, no dia 11 de fevereiro de 1987, lá está no Diário Oficial,
destinou à Vila Pinto, à Nova São Carlos, à Orfanatrófio, à Brasília, à Vila do
Respeito, à Vila São Miguel, ao Beco do Adelar, seis milhões de cruzados, uma
quinta parte para fazer o saneamento de todas essas vilas.
É este o compromisso fundamental com as bases, com os despossuídos, os
marginalizados, os vileiros? A quem se lhes endereça, semanalmente, um mutirão,
que eles próprios já classificam de “mentirão”? Porque é o linguajar do povo
que diz isto em cada vila. É demais. Na Vila Pinto eu constatei, levei o melhor
sanitarista desta cidade, Prof. Milo Raffin, e ele constatou , e aqui estão as
provas fotográficas e indismentíveis, que irritaram o Secretário de Obras e
Viação, Wilton Araújo, a ponto de dizer que eu era um Vereador negligente,
quando denunciei isto. Denunciei e provei que na Vila Pinto, as crianças, em
nome das quais tanto se faz demagogia neste Plenário, estão tomando água com
esgoto, para não dizer água com merda, com fezes - e respeito a elegância do
Ver. Adão Eliseu - mas é este o panorama, trinta milhões para mais corredores,
mais estações de transbordo, mais floreiras nas estações, floreiras que hoje
não são nada mais do que lixeiras improvisadas.
Este Município tem por acaso um planejador, um Secretário de
Planejamento? Passou este projeto, este convênio pelo Secretário do
Planejamento? É isto uma prioridade do Município?
E eu não pouco o Governo do Estado, também, porque está aqui, e tenho
certeza que no passado também ocorria, foram todos eles, certamente, o
Governador ou o Secretário de Obras do Estado e o Prefeito Alceu Collares foram
a Brasília em confortáveis, arejados e ventilados gabinetes da EBTU e assinaram
sem rugir e nem mugir este convênio e agora esta Câmara, qual vaca de presépio
vai, por certo, também, dar o seu sim, mas não com o meu voto.
Então, fica bem clara a posição, eu só quero que no momento em que
aprovarem, eu vou pedir um documento formal da Casa, para que as vilas saibam
que hoje, além do aumento das passagens, o Secretário de Transporte, o Conselho
de Transportes, traiçoeira e taticamente infringiram a população, vai se
aprovar trinta milhões para os corredores, cuja construção, terminais,
alimentadoras sempre foi sob o pretexto do quê? Como se vendia essa idéia para
as vilas? Baratear o custo dos transportes. E hoje esse custo de transportes
atinge 605% no ano. Nunca vista em capital nenhum deste País.
Eu me apresto a propor à Casa, dentro de breves dias, um Projeto de Lei
consagrando o 2 de dezembro, como o dia da técno-burocracia do transporte e dos
empresários de ônibus. Que sejam uma homenagem muito fidedigna a esses setores
que, realmente, dominam, entre outros, a vida e a administração desta pobre
Cidade. Meu voto é contra. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Próximo orador inscrito,
Ver. Flávio Coulon. V. Ex.ª tem 10 minutos.
O SR. FLÁVIO COULON: Sr.ª Presidente, Srs.
Vereadores. Eu iniciaria o meu pronunciamento fazendo um apelo à Bancada do PDT
que intercedesse junto à Secretaria da Fazenda para que atendam ao telefone e
respondam, sem precisar falar com a Secretária, uma perguntinha que eu estou há
dois dias tentado fazer, e, só responda a respeito de um probleminha, de uma
dúvida que eu tenho a respeito de uma tabela, de um Projeto que está aqui
dentro da Casa, só pode responder a Secretária. Ninguém mais. Se não perguntar
para a Secretária, não tem resposta. Então, faço um apelo que liguem para a
Secretária Dilma Linhares para que ela permita que um diretor de uma divisão
dela responda a minha dúvida, a respeito de um número naquelas tabelas de um
projeto de lei que está em andamento nesta Casa e que eu gostaria de ter um
esclarecimento. Estou até fazendo um apelo a Teresinha, no sentido que consiga
que ela dê uma ordem que os diretores possam atender ao telefone e responder às
perguntas da gente. É brincadeira o que a gente vê nesta administração. Bem,
vamos ao projeto, Ver. Caio Lustosa.
O Sr. Adão Eliseu: V. Ex.ª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu não poderia deixar de passara a sua referência em
torno de uma Secretaria que funciona bem. V. Ex.ª se apega a pequenas coisas
para desmerecer uma Secretaria e uma Secretária que realmente é uma das
melhores do Governo Municipal.
O SR. FLÁVIO COULON: É uma ótima secretária, só
que esse sistema ditatorial, que todos os Secretários, com raras exceções,
estão implantando na Prefeitura, que não se pode falar com subalterno sem falar
com o chefão, é que está errado. Pode até ser isto tudo, estou exercendo a
minha função de Vereador e preciso de informações e, na administração, pelo
menos nesta Secretaria, só quem presta informação é a Secretária e acho errado
e coloquei na tribuna. Se isto é desmerecer a Secretária, que considero
competente, que fazer?
Fica difícil, Ver. Caio Lustosa, para quem relatou esse projeto e optou
pela aprovação com algumas ressalvas, entender o posicionamento de V. Ex.ª
especialmente em relação a esse projeto. Esse projeto é específico e no meu
parecer deixo bem claro e faz parte do projeto: rua Protásio Alves, Santa
Isabel, Ângelo Crivelaro, Dr. Timóteo, Félix da Cunha, Francisco Bitencourt,
Bernardino Pastoriza, acertando no governo anterior, escolhido sem a
interferência do PMDB, referendado por um colega nosso, Ver. André Forster, que
veio a esta Casa e nos deu todas as explicações. Então, no momento em que se levanta
algumas coisas que não existem dentro do Processo, porque não existe nada
dentro do Processo de que vai haver estação de transbordo...
O Sr. Caio Lustosa: V. Ex.ª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu quero dizer que inclusive contra a legalidade, eu
votei a favor do Projeto. É legal, mas em nome da legalidade tem se feito os
maiores absurdos neste país, sempre sob o respaldo da legalidade. Eu me
empenhei, - e V. Ex.ª sabe do meu empenho - em fazer com que a turma da
METROPLAN viesse aqui, agora, eu não tenho culpa que eles insistam na
continuidade desta política de transporte, que eu acho que ela é contestável
pelos resultados que ela apresenta. De modo que, sob o ponto de vista, não da
legalidade, mas da utilidade pública, - da conveniência de convênios como este
para o Município, e mais do que para o Município, para a população, é que eu
faço a minha contestação.
O SR. FLÁVIO COULON: Eu acho, Vereador, que nós
temos um grande compromisso.
O Sr. Caio Lustosa: Não havia nenhuma necessidade
que a atual administração da METROPLAN e do Governo do Estado insistir em
firmar convênios deste tipo, porque a experiência está demonstrando que eles
não são sequer do agrado da população. Eu insisto nos contatos com a população
para sabermos o sentir do povo em relação a estas estações de transbordo, aos
corredores de ônibus. São as coisas mais execradas pela população que usa este
transporte. Eu, por exemplo, entendi sempre e até agora estou no PMDB, porque
eu apostava em mudanças de critérios, inclusive em convênios desse tipo.
O SR. FLÁVIO COULON: Vereador, eu sou solidário
a sua crítica aos corredores e às estações de transbordo, mas veja que é
difícil para o relator deste Projeto inserir dentro do mesmo o estudo da
filosofia de aplicação dessas verbas como V. Ex.ª quer propor. Eu acho que nós
temos uma responsabilidade muito grande, porque este BIRD-IV ainda não tem o
programa de aplicação de verbas do ano de 89, e nós precisaremos levar este
tipo de colocação aos nossos colegas da Metroplan.
O Sr. Caio Lustosa: Eu faço justiça ao Ver.
André Forster, quando veio aqui com alguns técnicos. Eles se mostram sensíveis
a que esta Câmara de Vereadores apresente Projetos alternativos e sugestões
para reformular esse tipo de convênio. Talvez eu seja um pouco apressado em
contestar isso, mas eu acho que é preciso que alguém comece a contestar esse
tipo de convênio. Veja, na questão de ciclovias, que tem sido tão batalhada
aqui pelo Ver. Frederico Barbosa, há anos ele vem lutando, nunca existe uma
verba num convênio desses para fazer uma ciclovia, e a Cidade inteira pede a
ciclovia. Agora, quando se pergunta a um tecnocrata do EBTU sobre por que eles
não fazem ciclovias, eles se embaralham, se embaraçam e não dão solução, e eu
sei por quê. Porque a ciclovia é uma solução de baixo custo, é uma solução que
dá liberdade ao operário que pode dispensar de estar pagando a tarifa de doze
mil para o Sr. Collares hoje, e pode se deslocar para o seu trabalho na sua
própria bicicleta. Dá liberdade, independência e autonomia de deslocamento. É
por isso que os tecnocratas gostam dos Projetos custosos, em que os agrados
ocorrem, as champanhotas também, e tudo o mais. E o povo precisa saber disso.
O SR. FLÁVIO COULON: V. Ex.ª também é testemunha
do empenho que nós temos tido em relação ao Presidente do EBTU, Dr. Terlmo
Magadan, no sentido de que se reúna com a Bancada do PMDB, exatamente para
tratar desse problema das ciclovias. V. Ex.ª tem toda razão. É uma grande
oportunidade de fazermos alguma coisa, e não estamos fazendo absolutamente
nada, exatamente dentro do espírito citado por V.Exa., de que essas obras
quanto mais grandiosas, mais fáceis são de nós manipularmos essas verbas.
O Sr. Artur Zanella: V. Ex.ª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Em primeiro lugar, vou votar a favor. Veja bem, nós
recebemos isso agora, mas vou votar a favor. Mas veja V. Ex.ª como é difícil a
coisa, no seu Parecer. Primeiro, V.Exa., que conversou com o pessoal da
METROPLAN, diz o seguinte: “Este convênio é também interessante para o Município
de Porto Alegre, já que significará a aplicação, em sua rede de transportes
urbanos, de tanto milhões, etc. e tal e sete milhões, cento e dez mil cruzados
no Estado do Rio Grande do Sul.” Estes sete milhões no Estado do Rio Grande do
Sul, se o senhor pegar na tabela nº 2, verá que não é para Porto Alegre. É para
o 99 - corredores diversos, sistema gestor no transporte urbano - Metroplan
7.110.000, que não gestiona o transporte urbano de Porto Alegre. Isto é para
Canoas, Gravataí, etc. Então, destes Cz$ 7.110.000, do Governo do Estado, não
vem absolutamente nada para Porto Alegre. Em segundo lugar, eu vejo, também, no
seu Relatório - e eu também recebi, se não me engano, uma informação do Sr.
Prefeito Municipal - que o 9.4. inclui a Rua Santa Isabel e a Ângelo
Crivellaro, que é ali na zona do Mato Sampaio. No quadro, não constam estas
duas ruas. Eu peço, por favor, que, aqueles que estiveram conosco - e V. Ex.ª
esteve - lá no Beco do Carvalho, naquela reunião na Sociedade Hierófilo
Azambuja, lembrem de quando nos afirmaram que a obra do Beco do Carvalho e o
riacho estavam incluídos no 9.4. E eu disse, naquela noite, que não estavam.
Sem consultar. E perguntei ao Executivo, e veio a resposta de que não estava.
Então, votando a favor, eu digo que o seu Relatório peca nestes dois passos e
queria somente ajudar o Ver. Isaac Ainhorn, que eu também estou recebendo hoje
o seu Relatório, que diz assim: “Por último, muito embora não se esclareça o
“modos partiendi”, o item 9.4. salienta, aqui, os benefícios do convênio serão
repassados aos usuários do sistema de transportes urbanos, sob a forma de
redução ou contenção dos níveis tarifários. “É exatamente porque os carros
rodam melhor e é fácil o transbordo. Antes do Ver. Clóvis Brum, que está aqui
do meu lado e deseja falar, quero esclarecer, para terminar isso aqui, quando
se fala em via alimentadora, é para alimentar a troncal, com estação de
transbordo, cujo projeto virá depois; então, sou favorável à obra para a
estação de transbordo que, no futuro, melhorarão a situação, não agora.
O Sr. Ennio Terra: V. Ex.ª permite?
(Assentimento do orador.) Há uma contradição aí, o Ver. Zanella diz que ela
será implantada nos terminais, V. Ex.ª diz que não consta no projeto, então
fico confuso, porque também sou contra, porque tem duas alimentadoras que foram
desativadas: uma na Princesa Isabel, e outra na Vila Isabel, na divisa com
Viamão. Portanto, sou contra esse tipo de alimentadora, porque sou usuário das
duas linhas, lá no Partenon, Alameda, e a do Beco do Carvalho, e a reclamação
dos usuários é constante, porque a implantação não foi correta. No inverno é um
horror, aquelas senhoras que pegam o transporte aqui no centro, já que a fila é
grande, e depois, tem que esperar um tempo maior no terminal. Portanto, também
sou contra.
O Sr. Artur Zanella: V. Ex.ª permite?
(Assentimento do orador.) É que o programa é trienal, dividido em 3 anos, a
primeira parte vem o filé, o osso vem depois. E aquelas duas estações de
transbordo que estão desativadas, é porque elas se referem á linha de Viamão,
onde o Prefeito Municipal, anterior ao Sr. Tapir Rocha concordou com o Projeto,
e o Prefeito Tapir não concordou, então o da parada 32 está inativo, e o da
Princesa Isabel, que receberia os ônibus de Viamão, fazendo o transbordo de
Viamão, aqui, em Porto Alegre, como não está funcionando lá, não tem como
funcionar aqui; então não há incoerência, como é trienal, nos outros dois anos
vem as estações de transbordo.
A Sr.ª Jussara Cony: V. Ex.ª permite?
(Assentimento do orador.) Realmente estamos vendo o filme todo de novo; um
filme da época do regime militar, onde, sob os mais variados argumentos, um dos
quais, colocado há pouco, no relatório, pelo Ver. Ainhorn, que, naturalmente,
vai decrescer o ônus da tarifa para o bolso dos usuários da cidade de Porto
Alegre, que na calada da noite para cá, já estão pagando 12 cruzados, é o filme
do antigamente, a herança do regime militar quando a política de transporte
coletivo foi concentrada na mão do Executivo Central e não por acaso.
Exatamente para beneficiar aqueles setores bem determinados, com os quais o
regime tinha compromisso. Hoje continua tudo a mesma coisa. Os empresários do
transporte coletivo, os empresários da construção civil, esses corredores que
já foram feitos com as mais precárias condições exatamente para oportunizar
mais e mais empréstimos a fundo perdido, contribuindo com isso para aumentar a
dívida externa do País no sentido de ter de recapar, arrumar, arranjar, além
das estações que não são de transbordo, não no meu entender, mas principalmente
da população do Partenon, mas de transtorno – esta é a denominação que o povo
dá. Transtornaram a vida do povo porto-alegrense. Não há dúvida de que a
história se repete. Por uns que antes defendiam o contrário e que pregavam,
como bem diz o Ver. Zanella, que vão às vilas dizer que são contra. Temos de
questionar a coerência. Lembro da Bancada do PDT nesta Casa, lembro do
Vereador, hoje Secretário de Transportes, Elói Guimarães, que era um ferrenho
defensor do não-aumento das tarifas, contra a estatização do transporte
coletivo, contra as estações de transtorno – frizo, estações de transtorno.
Essas questões, o próprio Executivo Municipal deveria ter um pouco de
coerência. Tem razão o Ver. Artur Zanella. E, por favor, quando forem ao
“Câmara e Comunidade” não se atrevam, pelo menos na nossa presença, a imprimir
um discurso demagógico em relação ao transporte coletivo. Acho que o Vereador,
Presidente da Comissão de Transportes nesta Casa, Isaac Ainhorn, Relator do
Atual Projeto deveria se aprofundar um pouco mais nesta questão e mostrar a
coerência que tinha antes. Será que mudou alguma coisa?
O Sr. Nilton Comin: V. Ex.ª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) V. Ex.ª citou a Francisco Trein como uma via que terá
corredor, não citou? Eu quero me ater ao problema da Francisco Trein.
O Sr. Artur Zanella: Só para evitar que haja um
mal-entendido, a Francisco Trein é alimentadora do corredor, ela alimenta a
estação de transbordo.
O Sr. Nilton Comin: Já me serve como
alimentadora. O meu raciocínio é exatamente este: quem vem no sentido
bairro-centro, depois da Francisco Trein tem a Antonio Joaquim Mesquita, depois
tem a Roque Callage e depois tem a João Wallig. Vejam bem, ali está o sistema
Assis Brasil um dos nós górdios do sistema de transporte de Porto Alegre. É
exatamente ali que morreram alguns porto-alegrenses, a passagem centro-bairro
entre a Antonio Joaquim Mesquita e a João Wallig tem uma dimensão máxima de um
metro e meio. Um cidadão para atravessar a Assis Brasil, primeiro uma sinaleira,
depois chega no corredor, outra sinaleira, depois o outro lado do corredor,
outra sinaleira. E a outra faixa da Assis Brasil, dia de chuva se ele consegue
se salvar para atravessar aquilo ali ele tem o maior banho da paróquia. Eu
disse ao Ver. André Forster que se os técnicos continuarem a cometer o crime
que cometeram com o sistema integrado da Assis Brasil, eu seria contra porque a
população de Porto Alegre já deu algumas vidas, ali exatamente naquele nó
górdio.
O Sr. Artur Zanella: Só para não deixar passar em
julgado, a nobre Ver.ª Jussara Cony disse que este projeto é do regime militar,
eu só quero dizer que o Governo do Estado do Rio Grande do Sul espalhou há
poucos dias páginas e páginas nos jornais, quem assinou foi o Sr. Deni Schwartz
do PMDB; Sr. Telmo Magadan do PMDB; Pedro Simon do PMDB; André Forster do PMDB;
Alceu Collares do PDT; Assis Roberto Souza do PMDB, mas vejam bem se todas as
pessoas aqui descendem do governo militar eu já não entendo mais nada, porque
exatamente eu via aqui na Câmara e lá no Governo do Estado, na oposição, as
pessoas que derrubaram o Governo Militar
A Sr.ª Jussara Cony: Ver. Artur Zanella, não
posso subestimar, de maneira nenhuma, a inteligência de V. Ex.ª, e a sua
competente política. Estamos aqui discutindo uma política de transporte,
herança do regime militar que está sendo dada continuidade pela Nova República,
e assumida pelo socialismo.
O SR. FLÁVIO COULON: Eu não teria condições de
condenar o governo do PDT, já assinado este convênio, como também não tenho condições
de condenar porque o próprio Governo do Estado assinou este convênio. Eu não
gosto de prejudicar a cidade de Porto Alegre com todas as justificativas dadas
aí, e ficar provada deste dinheiro, razão pela qual eu encaminho a favor deste
Projeto, e conclamo o Ver. Caio Lustosa a cerrar fileira junto conosco, no
sentido de que nós possamos, a partir do próximo ano, reverter esta situação,
porque agora a responsabilidade é nossa. A METROPLAN está na mão do PMDB, a
EBTU está na mão do PMDB. E cabe a nós, Vereadores do PMDB, que conclamemos os
colegas do PDT que se juntem a nós e aos demais partidos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Frederico
Barbosa): Próximo
orador inscrito, é o Ver. Clóvis Brum, que está com a palavra.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. É para pedir à Mesa, e conversei com o Ver. Artur Zanella há pouco
tempo, e estamos entrando com uma Emenda ao Projeto, porque está equivocado o
Projeto nalguma coisa aqui. Num dos itens vamos apresentar uma Emenda, item 11,
12 ou 13, onde for o caso. Sr. Presidente, nós temos um programa para
intervenção em 1987 e andou bem o relator da matéria, o Ver. Flávio Coulon,
quando citou no seu parecer o nome de duas vias públicas: a St.ª Isabel e a
Ângelo Crivelaro. Entretanto, no Projeto não constam estas duas ruas; deve
imediatamente ser emendado o Projeto que estas ruas constem, porque a Câmara
está aprovando uma coisa, daí quando vem outro aditamento ao BIRD, a esse
programa, esse aditamento vem capenga, vem pela metade, vem deformado. Se as
ruas propostas para o programa EBTU/BIRD para 87 está contemplada a Ângelo
Crivelaro e a St.ª Isabel e V. Ex.ª afirma no seu parecer, só no anexo 2 que
integra a lei, integrará a lei autorizativa, não constam estas duas ruas. Então
o parecer de V. Exas., Vereador, fica uma peça apenas elucidativa, mas as duas
ruas não estão excluídas da lei que nós vamos aprovar. E nós temos que incluir
estas duas ruas porque é uma luta de muitos anos aí dos Vereadores e está no
programa, está aqui na intervenção para 87 EBTU/BIRD. A Ângelo Crivelaro e a
St.ª Isabel, as duas ruas. Constam no parecer do Ver. Flávio Coulon, só que na
hora de colocar o nome das ruas aqui, no anexo 2, se colocou a Protásio Alves,
a Dr. Timóteo, a Félix da Cunha, se colocou a Francisco Trein, Francisco
Bittencourt, Bernardinho Silveira Pastoriza, e não se colocou as duas ruas que
já está dentro do cronograma da própria EBTU. Bem, da mesma maneira que houve
este lapso, evidentemente que o Ver. Artur Zanella, muito hábil, levantou um
assunto aqui que estonteou alguns. Não está se votando nesta tarde nenhuma
estação de transbordo. Quando vier os Projetos de estação de transbordo, eu
votarei contra. Eu vou provar como não está. (Aparte inaudível.) Ah, mas que
está, está! Não só está equivocado, como tentou nos equivocar! Vou esclarecer
isso aqui, depois dou o aparte. Primeiro: anexo 2, item 11, corredor 40, diz
aqui: “01 – Sistema Viário; 01.12 – Melhoramento de Via Alimentadora”. Não é
via alimentadora, está errado isso aqui! A Protásio não é via alimentadora, a
Protásio é corredor, é radial! E está ali na mão do Vereador, num Pedido de
Informações que ele deve ter encaminhado, é radial. Não é alimentadora, não tem
nada de estação de transbordo! A Bernardino Silveira também não alimentadora; a
Dr. Timóteo também não. Tem uma ou duas que são alimentadoras, mas nada a ver
com estação de transbordo. Nós aprovamos isso aqui para resolver o problema do
asfalto nessas ruas. Esse gera um outro Projeto que deve vir, o BIRD 5, depois vem
o 6, depois vem o 7, e depois vem o 20, depois vem o 30. E quando chegarem
esses novos Projetos, aí, nós rejeitamos. É para a estação de transbordo? Não
queremos, pronto! Agora, nós não vamos deixar de calçar e de pavimentar essas
ruas porque daqui há 5 anos ou 1 ano vem dinheiro para estação de transbordo.
Quando vier dinheiro para estacai de transbordo, vamos votar contra. Essa
autorização, hoje, autoriza o recebimento e a participação do Município com
esse dinheiro que está aqui, vinte e três milhões e pouco, a EBTU com sessenta
e dois milhões e pouco e esse dinheiro vai ser aplicado em calçamento, em
melhoramento dessas ruas aí. (Várias solicitações de apartes ao mesmo tempo).
Um momentinho, eu vou dar o aparte, só que o Ver. Artur Zanella nos estonteou,
ele é hábil. Então, Ver. Zanella, V. Ex.ª sabe, até poderão vir as estações, só
que quando vierem as estações, nós votamos contra!
O Sr. Artur Zanella: V. Ex.ª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Em 1º lugar quero dizer o seguinte: não me equivoquei
e não equivoquei ninguém, em 1º lugar porque eu participei da elaboração do
Projeto e esta parte da Protásio que vai ser feita ela alimentará a Estação de
Transbordo que não está aqui efetivamente, mas que vem. Em 2º lugar está
escrito, não fui eu que escrevi, quem escreveu foi a pessoa que mandou isso
para cá.
Em 3º lugar eu tive a diligência de encaminhar ao Sr. Prefeito
Municipal um Pedido de Informações e S.Ex.ª me respondeu - assinado pelo Dr.
Collares em 10 de setembro - mandando o nome de todas essas ruas e a St.ª
Isabel aparece com 900 metros de extensão, o custo estimado é 58.40 em dólares
americanos a 103. A rua Ângelo Crivelaro, 640 metros, 8 metros de
asfalto, 36.90 de custo multiplicado por dólar americano da época 103.
Então está aqui, está escrito “alimentadora” no Projeto, eu não me equivoquei
porque eu ajudei a fazer, aprovei o Projeto, levei a Brasília, entreguei para o
Dr. Magadan. Eu sou a favor.
O SR. CLÓVIS BRUM: Eu voto a favor. Somos dois
votos, mas haveremos de votar juntos neste momento. Não tem vão terminar com os
meios termos: hoje se vota, cristalinamente, aqui neste projeto e nesta
autorização a melhoria destas ruas estão aqui. Não tem estação de transbordo
hoje, quando vier vamos votar contra.
O Sr. Auro Campani: V. Ex.ª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Me somo ao pronunciamento de V. Ex.ª pela clareza que
V. Ex.ª está colocando na Tribuna esta questão. Em 1º lugar quero dizer - V.
Ex.ª é testemunha disso - que este Projeto que nós vamos votar agora é para a
pavimentação dessas ruas que é um pedido, um clamor dessas comunidades há
muitos anos, que os governos passados não realizaram. Eu gostaria que os
Vereadores Flávio Coulon e Caio Lustosa, que estão contra, que fossem lá nas
vilas para explicar o não-calçamento e a pavimentação...
(Apartes anti-regimentais.)
Eu quero ver V. Ex.ª lá nas vilas para explicar para a população por
que não foram pavimentadas e nem calçadas...
O Sr. Caio Lustosa: Eu não sou vileiro, eu sou
Vereador, não sou demagogo...
O Sr. Auro Campani: Realmente V. Ex.ª não é
vileiro, não sente o cheiro do povo...
O SR. PRESIDENTE: Senhores Vereadores, a
Taquigrafia não tem condições de apanhar os pronunciamentos desta maneira. A
Presidência em exercício dos trabalhos solicita a compreensão e sabe que todos
estamos aqui desde as primeiras horas da manhã, mas pedimos que neste final de
Sessão consigamos concluir de uma maneira que nossos pronunciamentos cheguem
até os dados taquigráficos com a clareza que desejamos que eles fiquem para os
Anais da Casa. V.Exa., Vereador, tem o tempo para concluir e solicito que V.
Ex.ª, ao conceder o aparte a quem desejar, a Mesa ligará o som apenas do
microfone que V. Ex.ª conceder o aparte.
O Sr. Caio Lustosa: V. Ex.ª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Vereador, acho que V. Ex.ª é muito letrado,
portanto eu solicito que V. Ex.ª me explicasse o porque da expressão “expansão”
junto com a de “melhoramento de corredores estruturais”. Está no anexo 3 que
deverá acompanhar o Projeto de Lei. O que V. Ex.ª entende por expansão? Se
expansão não significa mais corredores, mais estações, então eu não sei o que
significa.
O SR. CLÓVIS BRUM: Nobre Vereador, com toda a
lisura, eu voto neste Projeto no sentido de que se trata exclusivamente de
melhoria nessas ruas. O que eu tenho no anexo 2 são melhorias nessas ruas. Eu
estou atento ao que V. Ex.ª traz e até recebo com muita preocupação, agora o
que me convence mais que é só melhoria - e com isso vou satisfazer V. Ex.ª - é
porque o Sr. Prefeito já andou nessas ruas, dizendo que vai calçar, o que me
convence, Vereador, que é só melhoria na rua, ou calçamento é porque o
Prefeito, o Dr. Collares já andou nestas ruas prometendo calçamento, dizendo
que vai calçar Inclusive, não houve nenhuma manifestação de que a EBTU está
entrando com 62 milhões e o Dr. Collares com 23 milhões. O Dr. Collares
esclareceu lá no final da Protásio Alves, que ela ia mandar calçar a Av.
Protásio Alves. Então, por isto estou mais convicto que é para asfaltar.
O SR. PRESIDENTE: Seu tempo está esgotado,
Vereador, peço a V. Ex.ª que dê somente um último aparte. A Mesa não pode
proceder à cedência para outro Vereador, porque temos um Requerimento sobre a
Mesa pedindo o adiamento deste projeto por uma sessão e terá que ser votado,
por isso peço a V. Ex.ª que conclua.
O Sr. Flávio Coulon: V. Ex.ª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Não me passa pela cabeça como V. Ex.ª poderá emendar
um convênio já assinado por todas as autoridades ali nominadas.
O SR. CLÓVIS BRUM: Respondo a V. Ex.ª, se a
Câmara não aprovar, terminou o convênio. Acho que não pode é vir para cá uma
coisa e na verdade ser outra. Temos que emendar.
Concluo, dizendo que voto favorável e peço a ressalva desse emenda que
coloca duas ruas que foram retiradas, escoimadas, que foram surrupiadas do
projeto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa, Requerimento
de autoria do Ver. Pedro Ruas, solicitando que o P.A. nº 07/87 tenha adiada sua
discussão e votação por uma Sessão.
Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. ARANHA FILHO: Para um Requerimento, Sr.
Presidente. (Assentimento da Presidência). Solicito que seja abolido o uso de
gravata no Plenário, em razão do calor reinante no recinto.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, este Vereador, no
exercício da Presidência, acolhe o seu Requerimento.
O SR. ARANHA FILHO: Inclusive, Sr. Presidente,
num acordo de Lideranças, já me autorizaram a encaminhar este pedido.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, este Vereador
acolhe, em nome da Mesa, o Requerimento de V. Ex.ª, o Sr. Presidente da Casa
não está presente, neste momento, no Plenário, inclusive, como todos sabendo
que os últimos dias em Porto Alegre são de caráter excepcional nesta época e a
Mesa irá amanhã dialogar e trará o Sr. Presidente, Ver. Brochado da Rocha, que
assinala neste momento, uma decisão para o Plenário desta Casa.
O SR. ARANHA FILHO: Eu lastimo que a decisão
somente sairá amanhã, porque amanhã poderíamos já vir mais à vontade e de traje
esporte.
O SR. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar,
estão encerrados os trabalhos.
(Levanta-se a Sessão às 19h30min.)
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